Quando minha mãe estava internada na UTI, devido a complicações da obesidade, que infelizmente causaram sua morte, meu irmão e eu ficamos perplexos ao ver pessoas jovens (algumas bem mais jovens do que nós) que também estavam lá internadas em estado grave, nenhuma devido a acidentes ou algo assim. Saímos de lá prometendo a nós mesmos que passaríamos a cuidar melhor de nossa saúde.
Há mais de 20 anos atendi uma mãe aos prantos, que havia acabado de sair do consultório do endocrinologista, o qual lhe falou que seu filho, de 10 anos de idade, com sobrepeso, colesterol alto, pressão alta, se não mudasse seus hábitos, talvez não chegaria aos 40 anos de idade. A mãe estava em estado de choque e percebi que essa era a intenção do médico, chocar, conscientizar, uma vez que ele estava acompanhando a criança há vários meses sem observar progressos.
Tenho visto famílias inteiras obesas, nas quais até os animais domésticos (cachorro, gato) estão obesos e sofrendo as consequências da obesidade. Tenho visto outras famílias que não apresentam sobrepeso, mas cujos hábitos, sem dúvida, no futuro trarão diversos problemas a todos (diversas doenças que ocorrem em magros com alimentação ruim).
Neste vídeo, Dr. Uronal nos fala que os pais podem ajudar de várias formas: sendo eles mesmos exemplos de vida saudável, não tendo em casa alimentos que não sejam saudáveis ("lixo"), informando e conscientizando os filhos, mas também não sendo radicais, ou seja, quando o filho for a uma festinha de aniversário e comer um doce, por exemplo, não brigar, não criticar.
Tenho sugerido aos pais de crianças que atendo diversos artigos e vídeos de qualidade como este, além de sugerir o acompanhamento por um nutricionista, que possa orientar toda a família em relação a hábitos saudáveis de alimentação e exercícios. É possível reprogramar os hábitos e aprender novas maneiras de "ser feliz", ter prazer, com alimentos mais saudáveis e preparados de novas maneiras.
https://www.facebook.com/uronalzancan/videos/487915771570844/
Nelly Penteado
PNL (Programação Neurolinguística), Terapia Comportamental e Cognitiva, Psicopedagogia, Qualidade de Vida, Crescimento Pessoal.
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quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
terça-feira, 11 de julho de 2017
terça-feira, 13 de junho de 2017
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
Meninas de seis anos não se acham inteligentes e desistem de atividades. Matéria muito boa da Folha.
Meninas de seis anos não se sentem inteligentes e desistem de atividades. Matéria muito boa publicada na Folha.
Meninas de seis anos não se sentem inteligentes e desistem de atividades. Matéria muito boa publicada na Folha.
terça-feira, 6 de setembro de 2016
Conheça a cartilha para combater o suicídio
http://www.comportese.com/2016/09/conheca-a-cartilha-para-combater-o-suicidio/
segunda-feira, 2 de maio de 2016
AFINAL, INCLUSÃO BENEFICIA QUEM?
Nesta semana, assim como em outras, atendi várias
mães e pais de crianças com dificuldades. Não vou chamá-las de especiais porque
todas as crianças são especiais, não vou chamá-las de pessoas com deficiência,
como, aliás, é o termo correto atualmente, porque meu trabalho com elas é
buscar potencialidades, talentos, como eu sempre digo, ajudar a subir o próximo
degrau da escada de cada uma delas. Assim, mantenho o foco na força de cada
uma.
A trajetória destes pais muitas vezes é longa e
dolorosa, pois passa pelo preconceito social, pela rejeição que acontece nas
próprias escolas, que sutilmente, ou declaradamente, recusam-se a aceitar
alunos com dificuldades, chegando até mesmo a sugerir sua saída. Imaginem a dor
de um pai, a dor de uma mãe, cujo filho é sumariamente descartado porque
"não tem o perfil da escola", "não apresenta os pré-requisitos
necessários", ou porque “há reclamações por parte dos outros pais” (em
virtude de suas características), ou porque “os professores não estão
preparados”, ou “não têm tempo de preparar materiais adaptados”, além de uma
série de outros motivos que, na verdade, deixam claro que aquele aluno não
combina com o objetivo daquela escola, que se comporta como empresa, que
prioriza sua imagem no mercado, que pensa mais em números (todos eles:
classificação em vestibulares, número de alunos, capital investido, etc.).
Escolas que trabalham como se a educação fosse uma linha de produção, cada
série padronizada, todos os alunos tendo que andar juntos. Só possuem uma única
“fôrma”, a qual aplicam indiscriminadamente a todos os alunos,
independentemente de suas características pessoais. E assim certificam seus
alunos, que saem da escola com uma espécie de “selo de qualidade”.
Nesse processo, venho observando algumas coisas
muito interessantes. Primeiro, me pergunto se é Deus quem escolhe os pais
exatamente perfeitos para estas crianças com dificuldades, porque tenho
encontrado pessoas maravilhosas, com corações repletos do mais puro amor pelos
seus filhos, batalhadoras incansáveis, otimistas, que não medem esforços para
ajudá-los. Entretanto, daí me ocorre uma segunda pergunta: será que foi Deus
quem colocou estas crianças na vida destes pais tão especiais, ou será que
foram justamente estas crianças que, ao surgirem na vida deles, causaram
transformações tão profundas, tornando-os pessoas muito diferentes, com uma
outra visão em relação ao mundo, às pessoas, ao amor e ao que realmente é
importante? A resposta eu não sei, mas me atrevo a supor, e deixo que cada um
pense por si e formule suas próprias conclusões.
Trabalhar com crianças com dificuldades, algumas
delas chamadas "de inclusão", tem me ensinado diariamente muitas
coisas. A mais importante delas é que precisamos ter um olhar inclusivo em
relação às próprias escolas (e profissionais, pais, familiares), aceitando o
fato de cada uma estar num degrau em relação à capacidade de tolerância, de
flexibilidade, criatividade, amor e aceitação. Precisamos focar no que estas
escolas têm de bom e fazê-las evoluir (exatamente como fazemos com as crianças
com dificuldades), das mais variadas maneiras (algumas suaves e amorosas,
outras firmes e assertivas), direcionando aos alunos com dificuldades aquilo
que elas podem oferecer de bom e incentivando-as a desenvolver os recursos e
habilidades que lhes faltam. Aliás, não é exatamente assim que deveríamos
agir em relação a tudo, às outras pessoas e até em relação a nós mesmos, às
nossas próprias dificuldades? Tolerância é uma virtude e uma atitude que se
pode desenvolver.
As escolas que se abrem a esta experiência
(felizmente temos várias!), que têm uma visão ampla em relação à educação, ao
mundo, também se transformam profundamente nesse processo. Tornam-se mais
acolhedoras, mais humanas, praticam a tolerância em seu dia a dia, de forma que
o seu fazer combina com o seu falar, como dizia Paulo Freire. Logo, sou levada
a pensar que talvez a resposta à pergunta que formulei anteriormente seja essa: sim, as
crianças com dificuldades vêm a este mundo com a missão de nos transformar, de
tirar cada um de nós de nossa visão de mundo egocêntrica, polarizada e
prepotente, de fazer com que sejamos capazes de enxergar em outras dimensões,
para longe dos condicionamentos sociais viciantes. Não é uma experiência para a
qual todos estejam preparados. E aí entra o olhar inclusivo, a tolerância em
relação a quem ainda não está nesse degrau...
Lembro-me de um pai (nomes e detalhes omitidos para
preservar a identidade dos envolvidos) que estava trazendo a família para morar
em outra cidade e cujo filho era excelente aluno. Este pai visitou praticamente
todas as escolas particulares da cidade, pois queria conhecer a proposta
pedagógica de cada uma. Em determinada escola, perguntou ao profissional que o
recepcionava como aquela escola lidava com a inclusão, se havia muitos alunos
com dificuldades na escola e na classe em que seu filho estudaria, ao que o
profissional respondeu rapidamente (talvez supondo que o pai estivesse
preocupado com a possibilidade de seu filho excelente estudar em uma classe
cujos alunos não estivessem em igual nível) que o pai poderia ficar tranquilo,
pois aquela era uma escola que obtinha os melhores índices de aprovação em vestibulares
e as melhores notas em exames nacionais, referência em relação à qualidade de
ensino, motivo pelo qual não contava com muitos alunos considerados de
inclusão, uma vez que, infelizmente, não conseguiam acompanhar seu alto nível
de exigência. O pai educadamente agradeceu e disse que aquela escola,
apesar de excelente, não tinha o perfil ideal para o seu filho, que já sabia
como aprender, como adquirir os conhecimentos de que precisaria na vida.
Acrescentou que ele e sua esposa esperavam que a escola pudesse ensinar algo
mais do que conteúdos cobrados em vestibulares. E se retirou.
Em outros países, a educação totalmente inclusiva,
que se adapta às características de cada aluno, já é realidade. Para citar
apenas um exemplo, temos a Escola da Ponte, em Portugal. Esta escola trabalha
por projetos (não há ciclos, ou séries, nem disciplinas, provas), que são
traçados de acordo com o perfil, nível de habilidades e com os interesses de
cada aluno. Os alunos se organizam em grupos, de acordo com seus interesses e
projetos. O professor tem o papel de ser um orientador nesse processo. Nas
palavras de Rubem Alves, “As
crianças que sabem
ensinam as crianças que não sabem. Isso não é exceção. É a rotina do dia a dia.
A aprendizagem e o ensino são um empreendimento comunitário, uma expressão
de solidariedade. Mais que aprender saberes, as crianças estão a aprender
valores. A ética perpassa silenciosamente, sem explicações, as relações naquela
sala imensa.” (Rubem Alves, A escola com que sempre sonhei
sem imaginar que pudesse existir, Papirus Editora, Campinas, SP, 2001 e Edições
Asa, Porto, 2001). Os
alunos com dificuldades e também os que apresentam deficiências integram os
mesmos grupos e participam das mesmas atividades que os demais, de acordo com a
filosofia da escola. Trata-se de uma escola pública, com estudantes de diversas
classes sociais. O mais curioso é que há famílias que se mudaram de outras
regiões do país só para permitir aos filhos a possibilidade de frequentar esta
escola – prova maior de que uma escola que sabe trabalhar de forma inclusiva,
que se adapta às características do aluno (e não o inverso), pode ser
enriquecedora a todos os alunos.
Nem sempre o primeiro aprovado no vestibular de
medicina da universidade federal mais concorrida será o melhor médico. É
possível que ele tenha completo domínio de todos os conteúdos acadêmicos vistos
até então, mas que seja incompetente e completamente ignorante em relação à
capacidade de empatia, que não saiba ser flexível e desconheça como ajustar o
seu ritmo ao ritmo de outras pessoas, o que pode dificultar o trabalho em
equipe, especialmente quando houver pessoas com perfis diferentes do seu
(pessoas com dificuldades, ou de outras culturas, outras formas de pensar e ver
o mundo). É preciso preparar o aluno para ser cidadão do mundo, adaptável a
qualquer lugar, cultura, costumes e pessoas. E não é inscrevendo alunos em
torneios estudantis super famosos que se consegue isso. Muito menos em visitas
esporádicas a instituições que cuidam de pessoas em situação de
vulnerabilidade. O aluno precisa estar envolvido pessoalmente em projetos em
que possa praticar a tolerância, o respeito às diferenças, adquirindo assim um
vasto repertório de comportamentos e habilidades.
Durante a graduação no curso de
Psicologia, fui estagiária em uma empresa multinacional muito conceituada. O
departamento em que eu cumpria meu estágio fazia seleção de funcionários e
também acompanhava funcionários com problemas de desempenho e adaptação.
Lembro-me da nossa decepção após selecionarmos candidatos cujos currículos eram
excelentes e que, todavia, durante a entrevista, ou durante a dinâmica de
grupo, eram reprovados porque eram arrogantes, prepotentes, individualistas, não
sabiam trabalhar em equipe. Ou mesmo quando alguns excelentes candidatos, após
serem contratados, mostravam-se totalmente ineptos no relacionamento
interpessoal, o que comprometia a qualidade de seu trabalho na empresa e às
vezes acabava levando-os à demissão. Tristes desfechos de excelentes alunos de
escolas igualmente excelentes, que priorizaram a qualidade do ensino, a
quantidade de conteúdos transmitidos, mas que falharam no ensino da
solidariedade, da empatia, da ética e da cidadania. Não que caiba apenas à
escola a missão de educar, mas ficávamos nos perguntando como aquele aluno
passou por todos os anos escolares sem que ninguém suspeitasse de que algo muito
errado estivesse acontecendo, sem que nenhuma medida corretiva fosse adotada.
À guisa de conclusão, podemos afirmar que a
inclusão, vista de forma abrangente, é uma experiência enriquecedora a todos:
às escolas, aos professores, aos demais alunos (os chamados “típicos”, que não
apresentam dificuldades) e aos alunos com dificuldades. É imperioso que as
escolas se atualizem e percebam que, no futuro, somente sobreviverão aquelas
que tiverem foco no processo de aprender, e não no conteúdo, na formação
moral para a diversidade em todos os aspectos, e não na
"uniformidade". Somente assim estaremos caminhando para um mundo mais tolerante e
inclusivo, mais preparado para aceitar as diferenças. Vamos torcer para que
nossas escolas acompanhem essas mudanças, se reciclem e se preparem para estes
novos tempos.
Nelly Penteado é psicóloga, psicoterapeuta, Master
Practitioner em Programação Neurolinguística (SBPNL), pós-graduada em Terapia
Comportamental e Cognitiva (USP) e em Psicopedagogia (UNICAMP).
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
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