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sábado, 26 de abril de 2014

Entrevista com Maria Cristina Mantovanini: Psicopedagogia.

Leiam a entrevista com Maria Cristina Mantovanini, publicada na Revista Nova Escola: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/entrevista-maria-cristina-mantovanini-diagnosticos-doencas-psicopedagogia-693752.shtml?fb_comment_id=fbc_10150963020331903_10152105260906903
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CONCORDO com este trecho:

"Hoje, qualquer um diz que é psicopedagogo. As pessoas acham isso chique, como ser participante de reality show e modelo. Existem professores particulares e fonoaudiólogos que afirmam "também faço um trabalhinho de Psicopedagogia", assim, no diminutivo, como se fosse algo simples. Ficam inventando diferenciais. Para ser um bom profissional, é necessário estudar muito a fim de entender sobre afetividade, cognição e mundo inconsciente. Só assim é possível reunir a Psicologia e a Pedagogia".


Mas DISCORDO TOTALMENTE quando diz "...psicopedagogos não estão aptos a diagnosticar dislexia, hiperatividade ou outro distúrbio desse tipo. É antiético e irresponsável dizer à família: "Seu filho é disléxico". Só quem pode afirmar isso são os médicos".
Na verdade, todas as entidades de classe profissionais, como Conselho Federal de Psicologia, Conselho Federal de Farmácia, de Fonoaudiologia, Fisioterapia e demais profissões da saúde, têm se mobilizado contra o Ato Médico, segundo o qual seria atividade privativa dos médicos o diagnóstico de patologias.
"O dispositivo mais problemático do PL do Ato Médico, vetado pela presidenta Dilma Rousseff, em 11 de julho, foi o inciso 1º do artigo 4º, segundo o qual a formulação do diagnóstico e a respectiva prescrição terapêutica seriam atividades privativas dos(as) médicos(as), ou seja, previa que apena...s a classe médica poderia diagnosticar doenças e decidir sobre o tratamento. Psicólogos(as), por exemplo, não poderiam mais diagnosticar transtornos mentais. Assim, o PL feria a autonomia das profissões da saúde e impedia o caráter de atendimento integral do Sistema Único de Saúde (SUS). Milhões de usuários(as) utilizam os benefícios do SUS e reconhecem o valor dos(as) profissionais no cotidiano das unidades de saúde. As equipes multidisciplinares definem em conjunto o diagnóstico e o tratamento, somando suas diversas visões para chegar à melhor intervenção.

O veto parcial do Ato Médico é uma conquista, fruto da mobilização do Sistema Conselhos de Psicologia e de outras profissões da saúde". http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/175/frames/fr_conquista.aspx

Psicopedagogos podem, sim, diagnosticar dislexia (e psicólogos podem diagnosticar TDAH), desde que devidamente qualificados. Quando deixa de dar o diagnóstico, presta um desserviço ao cliente que o procura para obter esta informação, bem como para ser orientado em relação ao tratamento e prognóstico. Ficar protelando isso, ou usando subterfúgios, generalizações, eufemismos, ou "empurrando" para que um médico o faça, é muita irresponsabilidade. E endeusamento da classe médica, que, de acordo com esta forma de pensar, teria poderes quase divinos de diagnóstico e tratamento.
Nem o médico sozinho deverá fazer o diagnóstico, nem o psicólogo, nem o psicopedagogo, ou a fonoaudióloga, MAS SIM TODOS JUNTOS, formando uma equipe multidisciplinar, constituída pelos profissionais necessários ao esclarecimento daquela queixa específica. Uma equipe assim reafirma a crença de que ninguém é dono da verdade, nenhum saber é superior, mas sim que é necessária HUMILDADE, além de habilidade para trabalhar em equipe.

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